segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Vida abundante


O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10.10)


vida é dom de Deus, seja ela no aspecto físico ou espiritual, é dom, é dádiva maravilhosa baseada pura e simplesmente no amor e ato soberano do Criador. Há, em todo o ser vivente, o chamado instinto de preservação da vida. É como se fosse um sinal de alerta que aciona todas as vezes que percebemos o perigo de se aproximar. Amamos a vida porque é o bem mais precioso que temos.

1) Entendendo vida abundante

Antes de vermos o que é vida abundante, vamos ver o que não é:

a) Vida abundante, ao contrário do que muitos imaginam, não está relacionada à fartura de bens terrenos. Existem milhões de pessoas que possuem abundância de bens terrenos, porém, não têm ideia do que é vida com Deus. Portanto, precisamente, aí reside o grande problema da humanidade, ao invés de buscarem a vida, na verdade empreendem todos seus esforços para buscarem coisas que pensam preencher suas vidas. O grande problema é que essas coisas, tais como: dinheiro, fama, sucesso, poder e reconhecimento, além de não resolverem o problema, causam outros ainda piores. Vida abundante, porém, não está relacionada à bens materiais. A grande verdade é: NÃO EXISTE VIDA FORA DE DEUS.

b) O que não é vida abundante para o cristão?
É visível a mudança no cristianismo de alguns anos para cá. É impressionante como o cristianismo tem sido influenciado pela visão mundana e terrena em relação à vida. Até bem poucos anos, a visão da maioria era cristocêntrica, a prioridade era dada ao Reino de Deus. Hoje, porém, isso mudou radicalmente. Exalta-se o terreno, o temporal, acima do Eterno. É impressionante como a igreja está se conformando com o mundo. A advertência do apóstolo Paulo, em Romanos 12.1-2, é o não conformismo com o mundo, resultando numa ruptura com o sistema de vida e valores mundanos, para que experimentemos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. O que se vê hoje, são pessoas que vivem uma vida de ostentação, exibindo algo que na verdade nem mesmo lhe pertence, pois não passamos de simples mordomos. E o mais incrível é que chamam isso de vida abundante. Dizem que são assim porque são dizimistas e são filhos do Rei. Porém, o que não percebem, é que isso em nada contribui para o Reino, pois tantas outras pessoas que também são dizimistas e filhos do mesmo Rei, não usufruem das mesmas benesses, gerando assim, frustração, tristeza e desânimo nos irmãos. O grande problema é que tais pessoas são vazias e egoístas.

c) A vida abundante para o cristão também não são realizações. Outra crença errada é que quanto mais fizermos na obra de Deus, mais da vida abundante teremos. Não podemos esquecer que Deus não nos salvou simplesmente para sermos seus servos (escravos). Jesus disse: “Já não vos chamarei servos, mas amigos”. Não podemos nos ater tanto à obra do Senhor e esquecermos que o mais importante que a obra do Senhor é o Senhor da obra. Ao que parece, a obra do Senhor não gera automaticamente vida abundante, pois, lamentavelmente, vemos pessoas que se dizem amar tanto a obra do Senhor e são amargas, maltratam outras pessoas e chegam ao ponto de dizerem que pela obra do Senhor estão dispostas a passarem por cima de tudo e de todos. Isto, certamente, não é demonstração de vida abundante.

2) O que é vida abundante?

Jesus, certamente, quer que todo crente viva vida abundante, pois para isso é que Ele veio à terra.

a) Ter vida abundante é, acima de tudo, ter íntima comunhão com o Pai. Nada é tão gratificante nesta vida como ter comunhão com o Pai. É o nosso remédio que cura nossas feridas do dia a dia e o mais alto privilégio da criatura - poder se relacionar com o seu Criador amoroso. A vida, cada dia torna-se mais árida, os relacionamentos são cada vez mais superficiais, ninguém tem tempo para os outros. É quase impossível achar alguém que nos entende e, com certeza, ainda que tenhamos alguém para nos ouvir, jamais ele nos entenderá com profundidade. O nosso coração, só nosso Pai conhece. Quantos prejuízos temos por não desenvolver uma comunhão íntima com o Pai. O nosso Deus é simples, não precisamos de muita cerimônia para falarmos com Ele. Quanta vida nos é outorgada no simples momento em que fechamos a porta do nosso quarto e oramos ao Pai em segredo. Porém, gostamos de complicar aquilo que é simples, achar que a vida abundante virá a nós somente se fizermos um amontoado de coisas para Deus, se agradarmos a Deus com ofertas e dízimos, ou se formos santos o suficiente. Mas nada disso é verdade, o sacrifício agradável ao Pai é um coração quebrantado e um espírito contrito. Se nós nos preocupássemos mais em ser do que fazer, faríamos muito mais do que achamos que fazemos. Porém, isso tem que ser uma prática prazerosa para nós, isso fala de relacionamento, deve ser contínuo, não uma vez ou outra.

b) Ter uma vida abundante é ter prazer na Lei do Senhor e nela meditar dia e noite. (Sl 1.1-3). Quanta pobreza de palavras temos hoje, quantos púlpitos vazios, quantos mensageiros sem mensagem, quanta superficialidade, quantas pessoas se nivelam por baixo dizendo “olha, já conheço os Salmos 91 e 23; Jo 3.16; e já é o suficiente”. Outros chegam ao absurdo de dizerem que a “letra mata”, porém se esquecem que Jesus disse que suas palavras são espírito e vida, a palavra de Deus é viva e eficaz (Hb 4.12). Quanta fome há entre o rebanho do Senhor, enquanto o Rei tem mesa farta para seus filhos. Oh meus amados, voltemos com urgência para a palavra de Deus e isso com todo o coração e sinceridade. Vamos diminuir os entretenimentos e nos alimentar da verdadeira comida que gera vida e vida com abundância. Mesmo porque, o Senhor não aceita desculpas sem razão, afinal temos acesso fácil a sua Palavra e temos nosso Mestre, o Espírito Santo para nos revelar e nos guiar em toda a verdade.
Uma vez que desenvolvermos íntima comunhão com o Pai, meditamos em sua palavra de dia e de noite, a prática da mesma será automática, teremos amor abundante ao nosso próximoperdoaremos com muito mais facilidadeconsideraremos os outros superiores a nós mesmosbuscaremos antes o bem dos outros do que o nosso e faremos a obra do Senhor com amor e respeito aos nossos irmãos. Mas, acima de tudo e, o mais importante de tudo, teremos vida e a teremos em abundância.

Que Deus, em Cristo, nos abençoe!

Pr. Gerson Lopes

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